Resposta!!

Início de mais um dia de trabalho. Acordo de manhã cansada, como se não tivesse dormido. Pego sua foto na cabeceira da cama. Te vejo…

Enxugo a lágrima no canto do olho. Tomo um banho, passo um café, mudo de roupa. Tento colocar uma maquiagem no rosto, mas a mão distraída tudo borra.

Saio atrasada. Tento driblar o engarrafamento, mas parece impossível.

Chego ao trabalho. Atualizo planilhas, termino relatórios. Vou para o almoço.

Me atraco com um bife com batatas fritas. O apetite está voltando, deve ser efeito do remédio.

Retorno para as tarefas, deixo a tarde me levar como se eu fosse um robô. Mal percebo o tempo passar.

O expediente já está quase acabando. Coloco um fone para esperar os últimos minutos passarem. Preciso sentir algo. Preciso encarar, como disse a psicóloga. As sessões têm sido difíceis, sempre de muito silêncio.

Parece que tem uma trava em mim.

Escuto “I don’t wanna talk about it”, do Rod Stewart. E estranhamente me identifico com a letra. Eu também não quero falar sobre isso.

Toca o celular. Atendo, já seguindo para o elevador. Às vezes me bate uma esperança desesperada de ser sua voz. Mas não é você, e não será pra sempre…

Chego em casa. Me jogo na cama. Tomo meu tarja preta.

E penso em tudo o que poderia ter sido mas não foi. Nossa viagem para o exterior, nosso sonho da casa nova, e quem sabe até um filho.

Quase dormindo, novamente te vejo…e me sinto mergulhando em um mar profundo e triste, como um oceano de lágrimas.

Te vejo… e quase até te sinto...

“Como se cura a dor da morte?” Me pergunto, mais uma vez, acho que a milésima…

...e não tenho RESPOSTAAAA!